Não é o dinheiro, nem a vaidade, nem o poder: só o amor de Deus é que dá a dignidade
Homilia na Santa Casa Marta: Francisco convida a confiar firmemente no amor de Deus, única "verdadeira salvação"
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 11 de Abril de 2013 (Zenit.org)
- "Nosso Senhor não nos salva com uma carta, com um decreto, mas sim
com o seu amor", a ponto de enviar ao mundo o seu Filho unigênito "para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
O
anúncio pascal ressoou vigorosamente, esta manhã, nas palavras do papa
Francisco durante a missa na capela da Domus Sanctae Marthae,
concelebrada com os cardeais Sodano e Comastri. Estavam presentes também
alguns funcionários da Fábrica de São Pedro e a ministra do Interior
italiano, Anna Maria Cancellieri, acompanhada por familiares.
Inspirado no evangelho da liturgia do dia, o Santo Padre centrou a
breve homilia no amor de Deus pela humanidade: "Um amor tão grande que o
faz mandar o próprio Filho, que se tornou um de nós, que caminhou junto
conosco". E isso, destacou o papa, "nos salva".
Mas "o que significa esta salvação? O que significa ser salvo?".
Significa reobter de Deus a "dignidade" de ser seus filhos. Uma
dignidade que cresce "até o encontro definitivo com ele" e que "é o
caminho da salvação", acrescentou o papa Francisco. "E isso é belo, só o
amor faz isso. Somos dignos, somos mulheres e homens de esperança. Isto
é o que significa ser salvos pelo amor".
No entanto, disse o papa, "perdemos" esta dignidade, esquecemos a
esperança que Deus nos deu e continua nos dando. O resultado é que, às
vezes, "acreditamos que conseguimos" quando enfrentamos as dificuldades,
achamos ser suficientes, baseando tudo em ilusões e em idolatrias.
Por exemplo, o dinheiro. Disse o Santo Padre: “Às vezes pensamos:
estou seguro, tenho dinheiro, não tem problema... Ou então: eu tenho
dignidade, a dignidade de uma pessoa rica. Mas isso não basta”, disse
ele, lembrando a parábola evangélica do homem que acumulou grande
riqueza em seu celeiro e disse: "Farei outro para possuir mais e depois
dormirei em paz". "Isto não é salvação. É uma salvação temporária,
aparente!", ressaltou o papa. Àquele homem da parábola, aliás, o Senhor
disse: "Insensato! Nesta mesma noite pedir-te-ei a vida!".
Outras vezes, prosseguiu o papa, "nós pensamos que nos salvaremos com
a vaidade, com o orgulho, ao nos acharmos poderosos...". Mas "isso
também não funciona", porque serve apenas "para mascarar a nossa
pobreza, os nossos pecados, com a vaidade, com o orgulho... E isso
também acaba".
Existe uma única "verdadeira salvação", observou o papa, e ela "está
na dignidade que Deus nos dá, que Cristo nos deu na páscoa".
Quase como um suspiro de alívio de sua alma simples, o papa exclamou:
"É belo acreditar no amor, esta é que é a verdade. É a verdade da nossa
vida".
O convite no final da homilia foi o de “fazer hoje um ato de fé”,
orando: “Senhor, eu creio. Eu acredito no teu amor. Acredito que o teu
amor me salvou. Acredito que o teu amor me deu a dignidade que eu não
tinha. Acredito que o teu amor me dá esperança”. Fortalecidos por esta
fé, “abramos nossos corações para receber esse amor, para que ele nos
complete e nos faça amar os outros. Que assim seja”.
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Encontro de Francisco com presidente da Igreja evangélica alemã reitera compromisso ecumênico
Schneider felicitou o papa por escolher nome de um santo ''que fala para todos os cristãos de forma extremamente eficaz''
Por Sergio Mora
ROMA, 10 de Abril de 2013 (Zenit.org) - O papa Francisco recebeu nesta semana Nikolaus Schneider, presidente da Igreja evangélica na Alemanha, que visitou o Vaticano acompanhado de sua esposa. A reunião, avaliada como “fecunda”, evidencia a continuidade ecumênica dos últimos pontificados.
Ao comentar o encontro, o porta-voz da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, enfatizou que a reunião “foi realmente cordial” e que “Schneider felicitou o santo padre por escolher o nome de Francisco, um santo que ‘fala para todos os cristãos de forma extremamente eficaz’”.
Depois de expressar solidariedade ao papa pelos sofrimentos do povo argentino devido às recentes inundações, Schneider recordou que os quinhentos anos da Reforma, a celebrar-se em 2017, “são um momento muito importante para a Igreja evangélica na Alemanha".
A este respeito, o papa Francisco "recordou os discursos que o papa emérito Bento XVI fez em Erfurt, cidade em que Lutero viveu e trabalhou".
Lombardi informou que "a conversa girou em torno do valor do ecumenismo dos mártires, porque o papa conhece o profundo sofrimento de muitas pessoas da Igreja evangélica no tempo do nacional-socialismo e em outras circunstâncias. Porque o sangue derramado pelos mártires une profundamente as várias denominações cristãs no testemunho comum de Cristo".
“O diálogo foi significativo para as relações entre a Igreja católica e a tradição da Reforma e da figura de Lutero”, avaliou Lombardi.
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